bem vindos ao lugar,
não,
a casa,
onde se percebe,
não,
onde se toca
a confusão das palavras,
não,
das idéias
que não se exprimem,
não,
que se ausentam
ao tempo,
não,

ao exílio
das horas.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

outono.

outono.

folhas mortas e tortas
o tempo as varre a vento
das galharias e ilusões toscas
do marrom que precede o frio
deste tempo em mutações.
outono após outono
estas gravuras caracterizadas
oscilando na onda invísivel
- como se houvesse um mar flutuante -
carregam tristes a bater nas portas
a imagem fria e remanescente
que só renasce nas recordações.
são tais memórias como as folhas
levadas pela variação desse dia
que nos compõe após vacilar.
outono de minha alma;
já acumulei os tres séculos
que compete à saudade
importunar com as indagações
sobre o abandono e insensatez.
sinto chegar com passos lentos
mas eternos e densos a velhice.
vejo cair cada folha tonta de sono.
é uma ilusão que morre a cada outono
a prenunciar as vésperas do inverno.

charles souza.

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