no último instante
tece o véu etéreo
co'a fibra tesa.
de pele vestido apenas
da fronte aos pés.
lança à face nua
o sol derradeiro,
abandono da derradeira tarde.
a voz ecoe
no peito receptivo e poeta:
mudo e profundo,
nada sabe gritar
e sofre morimundo.
cala! a luz apaga.
sofre o fonema
preso dentro do hiato.
nada explica;
nada fascinado exala.
o hiato fica
solidificado na pena hirta.
- "agoniza poema!" -
o poeta estratificado grita
e o eco se estica.
a tarde lerda declina,
a lira vibra.
a musa descer resolve
e o poema doar
antes d'escoar da face
o sol derradeiro,
abandono da derradeira tarde,
trzido no verdadeiro
sentido do certeiro olhar.
charles souza.
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