bem vindos ao lugar,
não,
a casa,
onde se percebe,
não,
onde se toca
a confusão das palavras,
não,
das idéias
que não se exprimem,
não,
que se ausentam
ao tempo,
não,

ao exílio
das horas.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

no último instante

no último instante

tece o véu etéreo
co'a fibra tesa.
de pele vestido apenas
da fronte aos pés.
lança à face nua
o sol derradeiro,
abandono da derradeira tarde.
a voz ecoe
no peito receptivo e poeta:
mudo e profundo,
nada sabe gritar
e sofre morimundo.
cala! a luz apaga.
sofre o fonema
preso dentro do hiato.
nada explica;
nada fascinado exala.
o hiato fica
solidificado na pena hirta.
- "agoniza poema!" -
o poeta estratificado grita
e o eco se estica.
a tarde lerda declina,
a lira vibra.
a musa descer resolve
e o poema doar
antes d'escoar da face
o sol derradeiro,
abandono da derradeira tarde,
trzido no verdadeiro
sentido do certeiro olhar.


charles souza.

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