bem vindos ao lugar,
não,
a casa,
onde se percebe,
não,
onde se toca
a confusão das palavras,
não,
das idéias
que não se exprimem,
não,
que se ausentam
ao tempo,
não,

ao exílio
das horas.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

incerto.

incerto.

incerto como andar
solto pela ravina,
uma onda abaixo,
detestada, lacônica,
sente sua salinidade:
preconceito senil.

que valem novos
urdidos, multiplicados
humanos, vis desejos?
sensíveis à luz diurna
a veracidade esvaece
na lânguidez mentida.

a novidade acumula
concêntricas, zonza,
multidireções fáceis.
passeia o círculo
feito profuso espiral
assinalando páginas.

cada onda cega
mais e mais incerto
na noitívaga jornada.

o seio descoberto,
o sorriso afetando
algo insosso, alegre.

descobre-se infiel
as crenças inúteis
que desorientam passos.

incerto como andar
solto pela ravina
a balouçar líquida:
vida, sonhos alcoólicos,
tudo acomodado
numa garrafa de Chivas

esboroa-se ao razo
força e coragem
na nítida corredeira
que a chuva (de)forma
e condensa os vapores
do sono perdido.

vê-se levado dócil
ao sopé da cama
sonhando arrepender-se
tardiamente do prazer.
então sonha as mãos
e devora o corpo.

charles souza.

Nenhum comentário: