tenho o horizonte de Ilka
na cabeça e no coração
uma latência que me impede
de novas abstrações.
tenho seu amor úmido
e me soçobrando em lágrimas.
me sinto seu barco, sua espera
seu amado sempre zarpando.
sinto ela minha ilha
minha terra e tudo que há nela
o mel, a flor, os pássaros
a canção aguda e sem verso.
tenho a necessidade de libertar-me
desse poema escasso que é ela,
tatuando-se em mim indelével
ainda que frágil fuga espero!
charles souza
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