fendeu a vida na parte de trás
mas não afetou sua marcha
assim, conseguiu uns dias de repouso
acocorado no arqueado da pálpebra
sorriu falsamente....
pensou desgostado - hoje não! -
(não há lamento no que se esvai)
quis assoviar uma canção, mas o pensamento
não obedeceu a idéia
nisso o verme
cujo hálito ácido e árido
rompeu sua primeira carne
ao perceber seu débil e medíocre corpo
viu a luz que todos sonham
(ou julgam)
na passagem exclamou alguns palavrões
(e espantou-se com a liberdade)
pois não era o que imaginára
e por ser diferente,
pensou perdida a viagem
mas era tarde para recuar
então ficou apreendido
num lugar que nem seus sonhos
suspeitaram entrar
pois a mácula da vida
se abstém de tais frutos
só que agora sabe o segredo da vida
"o que crê, não se retémn n'algum lugar,
mas, o que sonha, esse sabe da passagem"
Charles Souza.
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