bem vindos ao lugar,
não,
a casa,
onde se percebe,
não,
onde se toca
a confusão das palavras,
não,
das idéias
que não se exprimem,
não,
que se ausentam
ao tempo,
não,

ao exílio
das horas.


quinta-feira, 27 de setembro de 2007

entre o verme e o sonho

fendeu a vida na parte de trás
mas não afetou sua marcha
assim, conseguiu uns dias de repouso
acocorado no arqueado da pálpebra
sorriu falsamente....

pensou desgostado - hoje não! -
(não há lamento no que se esvai)

quis assoviar uma canção, mas o pensamento
não obedeceu a idéia


nisso o verme

cujo hálito ácido e árido

rompeu sua primeira carne

ao perceber seu débil e medíocre corpo
viu a luz que todos sonham
(ou julgam)
na passagem exclamou alguns palavrões
(e espantou-se com a liberdade)
pois não era o que imaginára


e por ser diferente,
pensou perdida a viagem
mas era tarde para recuar
então ficou apreendido
num lugar que nem seus sonhos
suspeitaram entrar
pois a mácula da vida
se abstém de tais frutos


só que agora sabe o segredo da vida
"o que crê, não se retémn n'algum lugar,
mas, o que sonha, esse sabe da passagem"

Charles Souza.

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