Cais, tanto faz se durmo feliz
não vou deixar de ancorar-me.
Na proa me deixa pousar aprendiz
de Marinas e marinas de ser
os vários nós que tem vida
um jeito-
um gesto-
um sonho-
um grito-
um seio aflito,
que de resto,
em mim se desfaz...
Marinas e maneiras eu sonho.
Sonho poeta de músico virtuose.
A lua me acorda dentro desses olhos
estranhamente verdes...
de verdes mares-
de verdes árvores-
de verdes vidas-
de verdes saudades-
Te pressuponho dentro de um domo
onde t'escondo dos meus escombros
aonde t'escondo dos versos bruscos
que te descubro e te recubro...
Cais, venda-me teu porto e teu óscio
teu lugar e tua solidão
para que eu redescubra Marinas ocultas
nas marinas que te rodeiam cultas...
(todas são tão delicadas?)
Quem sabe eu percebo
que ela pousa em mim
o brilho desses verdes,
como o teu translúcido que te rodeia
totalmente líquido.
Charles Souza.
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