bem vindos ao lugar,
não,
a casa,
onde se percebe,
não,
onde se toca
a confusão das palavras,
não,
das idéias
que não se exprimem,
não,
que se ausentam
ao tempo,
não,

ao exílio
das horas.


quinta-feira, 27 de setembro de 2007

poema marinho

Cais, tanto faz se durmo feliz
não vou deixar de ancorar-me.
Na proa me deixa pousar aprendiz
de Marinas e marinas de ser
os vários nós que tem vida

um jeito-
um gesto-
um sonho-
um grito-
um seio aflito,
que de resto,
em mim se desfaz...


Marinas e maneiras eu sonho.
Sonho poeta de músico virtuose.

A lua me acorda dentro desses olhos
estranhamente verdes...
de verdes mares-
de verdes árvores-
de verdes vidas-
de verdes saudades-


Te pressuponho dentro de um domo
onde t'escondo dos meus escombros
aonde t'escondo dos versos bruscos
que te descubro e te recubro...


Cais, venda-me teu porto e teu óscio
teu lugar e tua solidão
para que eu redescubra Marinas ocultas
nas marinas que te rodeiam cultas...
(todas são tão delicadas?)

Quem sabe eu percebo
que ela pousa em mim
o brilho desses verdes,
como o teu translúcido que te rodeia
totalmente líquido.


Charles Souza.

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